“Megane Ouji”, ou melhor, “O príncipe de óculos” é um romance interessante, leve e engraçado que é recomendável para ler no tempo livre. Somente no tempo livre. A história em si, não tem muitas características especiais e é praticamente uma nova versão de “Itazura na Kiss”, além disso, é um tanto “morna” e seu enredo está longe de possuir quaisquer características especiais, mas, ainda assim, é um tanto agradável dar uma lida em alguns de seus capítulos.
“Megane Ouji” é a história de uma garota que adora óculos e um determinado garoto de seu colégio que, embora pareça um nerd desprovido de qualquer charme, para ela é um verdadeiro “príncipe de óculos”. Entretanto, quando vai se declarar para ele, ela é imediatamente rejeitada e fica bastante infeliz. Triste, ela volta para casa e prepara suas coisas para a mudança. Ela irá parar de viver com sua avó, que a criou por anos, para tornar a viver com sua mãe, que havia se casado com outro. Para complementar seu dia, quando ela chega a sua casa, descobre que o garoto que havia a desprezado era filho do novo marido de sua mãe, portanto, os dois passarão a viver juntos a partir daquele dia. Seria uma cópia exata de “Itazura na Kiss” se terminasse nesse ponto, portanto, ainda há alguns detalhes no enredo. Assim como a Kotoko, Sachiko – a protagonista – vê nessa situação, a oportunidade de conquistar seu amado, embora ele ainda a rejeite. Nessa insistência
Como podem ver a sinopse não tem nada demais. Então, por que ler “Megane Ouji”? Bem, eu gosto do traço, apesar da autora acabar deixando seus personagens ligeiramente estrábicos, vez ou outra. Os personagens são cativantes e você cria uma grande expectativa em relação a quando o Masuda deixará de ser tão teimoso. Há momentos, em que a autora consegue nos fazer sentir toda a angústia que a protagonista sente e, durante esses instantes, nós sentimos tanta raiva do personagem principal que não conseguimos parar de ler o mangá. Enfim, por que ler “Megane Ouji”? Porque é divertido.
O contraste entre as aparências do Akira e do Masuda é impressionante, por isso, é curioso ver como a Sachi ama os dois lados dele, por acreditar que não existe “um Masuda” e “um Akira”, mas uma pessoa com vários aspectos de personalidade. O próprio Masuda fica confuso com a visão da garota e às vezes teme que ela só aceite o seu lado nerd pela preferência por óculos que ela possui ou que ela prefira seu lado “Akira” – que na verdade, é uma espécie de máscara que ele usa para encarar seus próprios sentimentos – do que o que ele realmente é. É curioso também, em “Megane Ouji”, ver que até mesmo o modo como o senpai trata Sachi muda conforme a “forma” que ele esteja assumindo. O Akira é bem mais sádico, mas em compensação, seu coração é mais impulsivo e ele sempre acaba agindo conforme seus verdadeiros sentimentos. O “Masuda”, por sua vez, é mais maduro, frio e um tanto mais tímido. Sei que parece estranho, mas lendo os capítulos você percebe isso. A diferença é tão óbvia que o próprio personagem pergunta, “Com quem você quer ir nessa viagem? Com o cara com ou sem óculos?” e a Sachi, obviamente, responde que quer os dois. Provavelmente, a autora fez essa jogada porque seu outro mangá, o “Let’s get married!”, teve um triângulo amoroso entre um garoto sério e um impulsivo, no qual o impulsivo venceu, o que revoltou quase todos os fãs do mangá, que detestaram aquilo. Incluam-me nesse movimento. Esse novo mangá pode ter sido uma tentativa de conciliar os dois estilos de personagem em um só. O triângulo amoroso existe entre a garota e as duas identidades de um cara. Ou seja, ou ela acaba ficando com o Masuda ou com o Masuda. Não é tão difícil de escolher.