sábado, 7 de agosto de 2010

Boku no Hatsukoi wo Kimi ni Sasagu - "Eu entrego a você o meu primeiro amor"



"BHKS" - abreviatura improvisada - é uma das mais bonitas, emocionantes e maduras histórias de amor que eu já li. Apesar do tema principal parecer um tanto clichê, o modo como a autora trabalha com ele é incrível, e é isso que interessa. Esse mangá é lindo. Simplesmente isso. Embora eu não o recomende para os que são fracos com dramas.

A história começa quando os dois protagonistas possuem oito anos, e o garoto - Takuma - está hospitalizado, devido a um problema cardíaco. Já que o pai da garota é o médico responsável por ele, os dois se conhecem e ficam amigos, mas é evidente que ambos nutrem um sentimento de amor, embora ainda seja aquele tipo de amor mais infantil. O problema - tinha que haver um problema ou esse seria apenas um shoujo água-com-açúcar - é que a doença de Takuma é mais séria do que aparenta e ele apenas irá viver até, aproximadamente, seus vinte e um anos. Quando Mayu descobre isso, ela fica destruida por dentro e aproveitando-se do fato que Takuma se declarou para ela - aquela coisa do tipo "Case comigo, quando nós crescermos!" normal no amor entre crianças - ela promete para ele que sim, se casará com ele. Quando ele fizer vinte e um anos. Essa promessa foi um modo, como percebem, de encorajar Takuma a viver além de seus vinte e um anos, além de uma maneira dela tentar ter alguma esperança. Os anos passam e eles agora estão no fundamental. Ainda estão apaixonados um pelo outro, embora de forma mais madura, e mantêm sua promessa. Takuma não entende por que Mayu está bem mais estressada em relação a sua saúde do que era no passado, mas, de modo geral, os dois possuem um relacionamento feliz. Isso até Takuma descobrir sobre sua condição. Isso o faz ver o mundo de uma maneira completamente diferente. Percebendo que todo esse tempo a Mayu havia sofrido por saber a verdade, e que ainda sofreria mais, no futuro, ele decide afastar-se dela, para que ela o supere e possa ser feliz. No entanto, a protagonista dessa história é mais persistente do que ele previa

"BHKS" é um ótimo shoujo, apesar do tema clichê, PRINCIPALMENTE para pessoas que gostam de dramas. A história apresenta uma mistura intensa de drama e romance, mas também possui porções agradáveis de comédia. Além disso, nós acabamos gostando muito dos protagonistas, pois o Takuma, a seu modo, é um personagem inacreditavelmente kawaai, com o qual é difícil não se simpatizar, e porque a Mayu tem uma personalidade extremamente forte, madura e direta, que nos surpreende, pois a leva a agir de uma maneira bem incomum para uma protagonista de mangá shoujo.XD
Mesmo os personagens secundários da história possuem uma personalidade desenvolvida e interessante! Grande destaque para o Kou-sama!^^

Outros pontos que merecem ser elogiados seria o fato de "BHKS" possuir um traço INCRÍVEL e da cronologia da história ser tão bem distribuída - é tão legal acompanhar o crescimento dos personagens!.

Não há uma adaptação em anime, mas, se quiserem, há uma adaptação em dorama(filme).

Aparentemente, o final do dorama(filme) é mais trágico do que o final do mangá, então eu recomendo que vocês leiam primeiro e assistam depois - se você gosta mesmo de chorar litros, então não se preocupe em seguir o meu conselho. Se não me engano a adaptação em dorama(filme) já foi traduzida para o português, então, se quiserem assistir, procurem na internet.^^

Ah. Eu aviso logo que o romance tem um estilo um tanto sensual - que eu admito que gosto(T.T) - e que embora nada demais apareça, se você tem dez anos de idade pode se sentir bem constrangido - e fazer sua mãe querer me bater -, portanto, eu recomendaria esse mangá a maiores de quatorze. A sensualidade é um elemento necessário na história, pois - além de trazer um lado no Takuma que nos deixa com essa "*_*" cara - torna mais realística a relação entre os protagonistas, e suas personalidades.

Esse mangá é emocionante, incrivelmente romântico e consegue nos supreender MUITO - teve vezes em que eu levei sustos imensos por causa dele -, portanto, eu realmente o recomendo. Boa leitura.^^

PS: Sim, a história tem conexão com a de "Boku wa imouto ni etc", mas é PLENAMENTE possível lê-la sem ler a primeira - até porque eu, particularmente, detestei "Boku wa imouto ni etc".T.T

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Gyuuto Shite Chuu


Essa é uma história curta, que pode não ser um dos clássicos, mas é uma boa leitura, pois ela é simplesmente adorável. Não costumo gostar dos mangás da Chiba Kozue - a autora -, pois não gosto de romances açucarados, o gênero que ela costuma escrever, mas "Gyuuto Shite Chuu", apesar de ter tudo para ser um romance açucarado, possui um toque a mais que não permite isso. A maturidade e sensibilidade da obra, creio eu. Afirmo que não sou do tipo que gosta de histórias onde a única temática é um casal que namora, mas eu realmente fui cativada por "Gyuuto Shite Chuu".
A história fala sobre o avanço do relacionamento entre Mai e Yuu-kun, um casal de namorados que não parecem compatíveis, afinal, Mai é uma garota cheia de energia, que não gosta de estudar e Yuu-kun é um cara sério e estudioso, que deseja passar na universidade de Tóquio para se tornar um advogado. Ninguém entende como os dois estão juntos, nem a própria Mai que acha que Yuu simplesmente cedeu a sua perseguição, tendo em vista que ele somente aceitou namorar com ela, depois que ela levou vários foras e ainda assim, sua resposta foi "Não tem problema em namorarmos, desde que não interfira nos meus estudos", o que não é, exatamente, uma resposta romântica. Como ele está muito concentrado nos estudos para o vestibular, ele não dá a Mai, que é mais nova, a atenção que ela deseja.
Há várias razões para se gostar de "Gyuuto Shite Chuu", embora ela não se enquadre naquelas obras emocionantes ou brilhantemente trabalhadas. Os seus personagens são bastante naturais, o que torna a obra confortável. O Yuu não é um personagem extraordinariamente bonito, absurdamente inteligente e nem sequer forte ele é. A Mai, apesar de parecer uma daquelas garotas bobas de shoujo, possui bastante maturidade e é uma garota normal, que também tem certa ansiedade quando se trata de sexo. É divertido acompanhar "Gyuuto Shite Chuu", pois a medida que o lemos, vamos entendendo o quanto o Yuu gosta da Mai, e também porque a história é cativante. Simplesmente isso. Há um respeito mútuo entre os dois que, conforme eu havia dito antes, é raro em personagens de mangás. Também considero interessante o foco de Yuu nos estudos, quando a maior parte dos personagens de shoujos ignoram isso "em nome do amor". Esse é um curto, mas encantador shoujo que aborda os pequenos conflitos existentes em um namoro, e que mostra, de certo modo, problemas que qualquer um de nós poderia ter. Afinal, o vestibular é um desafio para todos nós. A one-shot no final deste mangá é uma das mais brilhantes que já vi. Brilhante mesmo. Além da originalidade e da surpresa que ela nos reserva, ela é muito comovente e, caso você não goste da história, ao menos dela irá gostar.
Enfim, é uma boa leitura para se fazer, quando você tiver tempo. São apenas seis capítulos. Vale a pena.^^

domingo, 1 de agosto de 2010

Liar Game - "O jogo da mentira"


Geralmente, o que recomendo aqui se encaixa no gênero de josei ou shoujo, mas eu precisava recomendar "Liar Game" porque, céus, é uma história incrível! Se "Liar Game" tivesse um anime, não tenho dúvidas que seria mais popular do que "Death Note". E eu sou uma grande fã de "Death Note".
"Liar Game" encaixaria-se mais como "seinen", embora algumas pessoas, erroneamente, associem "seinens" a obras com um conteúdo mais obsceno e violento do que os seinens. É verdade que alguns seinens possuem essas características, mas o que define o que é um seinen é a maturidade da obra e seu tipo de temática. "Liar Game" é uma história mais adulta, pois sua elaboração é muito mais complexa do que a dos shonens, porque seus personagens são inegavelmente mais realistas e porque possui uma temática urbana, que usa apenas as pessoas para construir uma situação de caos, diferente de shonens que geralmente apelam para a fantasia para construírem seu roteiro. Eu simplesmente AMO esse mangá e fico pensando no tempo e na paciência que o autor deve ter investido para fazer uma história tão detalhada e bem construída. Ele é um gênio e pode ser comparado a seu personagem principal: Akiyama.
" Liar Game" conta a história de Naoki, uma garota extremamente(!) ingênua, que facilmente é enganada e que sempre procura agir de forma correta, o que a leva a parecer ainda mais tonta. Que terrível destino que logo ela, tão ingênua e inocente, abrisse uma mala com um milhão de ienes, assim, concordando acidentalmente em participar de um jogo denominado "Liar Game", ou seja, "O jogo da mentira" ou "O jogo dos mentirosos". Ao ler a carta que acompanha a mala, ela descobre que incidentalmente ela concordou em participar do jogo, e que se ela decidir desistir terá que pagar uma multa correspondente a metade do valor recebido, além de ter que devolver o dinheiro. Como ela não tinha dinheiro para desistir - mesmo porque ela tem um pai doente para cuidar -, ela se vê forçada a participar. O primeiro desafio constitui-se em evitar que seu dinheiro seja roubado por uma pessoa que também está participando do jogo, e, se possível, roubar o dele. Ela, como a pessoa honesta que é, nem sequer pensa em roubar o do seu adversário, mas encontra-se muito preocupada com a possibilidade que roubem o dinheiro dela, já que ela teria que devolver o dinheiro, quer estivesse com ele ou não, no final do jogo. E se não estivesse, a agência deixava claro que usaria QUALQUER método para pegá-lo, de volta. Ela tranquiliza-se ao descobrir que seu adversário é seu professor do fundamental e vai até ele, para conversar sobre os acontecimentos. Ele lhe explica que, na verdade, esse jogo é apenas uma fachada para a agência roubar o dinheiro deles. Ou seja, se eles não se conhecessem, a agência iria roubá-los aos poucos, enquanto eles pensariam que havia sido o seu rival, e no fim, quando os dois estivessem sem dinheiro, a agência os cobraria com a multa, como se eles tivessem perdido o jogo. Naoki fica impressionada com essa explicação e admira-se como quase foi enganada. Os dois conversam e decidem guardar juntos, seu dinheiro, em um banco. Naoki entrega seu dinheiro a seu professor, para que ele faça isso. O problema é que, sim, ela estava sendo enganada, mas não pela agência e sim, por seu professor. Ao descobrir isso, ela fica arrasada e vai conversar com um advogado para saber se há alguma maneira de considerar isto como ilegal, mas ele afirma que se o jogo é consensual, não há quebra de nenhuma lei, mas que há outra maneira dela resolver seus problemas: no dia seguinte, um grande golpista, considerado um gênio, chamado Akiyama Shinichi seria solto da cadeia e se ela convencesse-o a ajudá-la, conseguiria certamente recuperar seu dinheiro.
Ela vai até ele, mas Akiyama não está interessado, afinal, ele acabou de sair da cadeia! Ela insiste muito e ele acaba convencido por ela, quando percebe o quanto ela é realmente ingênua - as outras razões são explicadas no decorrer da história. Akiyama é direto:
- Você quer continuar no jogo?
Naoki diz que não. Ela quer livrar-se daquilo e pronto. Ele, então, a promete não apenas recuperar seu dinheiro, mas roubar todo o dinheiro de seu oponente. Assim, eles poderiam pagar a taxa cobrada pela agência facilmente, e ainda ficariam com um milhão, como adicional, valor que dividiriam entre os dois. Ela não acredita muito em Akiyama, no início, mas com o tempo ele lhe dá provas de sua inconstestável inteligência. Inicia-se aí, essa parceria dinâmica, que chega a parecer estranha já que envolve pessoas tão opostas, mas que prova funcionar, em meio ao desafio, cada vez mais difícil.
"Liar Game" é uma história envolvente e EXTREMAMENTE inteligente, com personagens cativantes e um roteiro que nos prende. O início de cada prova enche-nos de ansiedade e estamos sempre nos perguntando como diabos o Akiyama resolverá o problema. O mais impressionante é que ele resolve. Há um pouco de tudo em "Liar Game", o que também o coloca na posição das minhas GRANDES recomendações, e não uma obra apenas para passar o tempo ou para dar alguns sorrisos. Há romance - embora MUITO indireto -, drama, suspense, até certo ponto, o que considerariamos ação, e há pequenas, mas suficientes, doses de comédia, provocadas principalmente pela Nao.
Há um live-action de "Liar Game", mas realmente não o recomendo. Não recomendo mesmo(!). A atuação dos atores é péssima - tirando a do Akiyama que é razoável -, os cenários são mal-feitos, a trilha sonora é péssima, e a história mudou diversas(e importantes) coisas do mangá. Por exemplo, no mangá, em algumas provas, funcionários da agência ficam com os jogadores em um ambiente isolado, lhes apresentando as regras básicas do jogo e calando-se após isso. No "live-action" eles interferem excessivamente, chegando a roubar algumas falas do próprio Akiyama! Isso, sem contar, que eles tiraram as máscaras desses agentes - o que tira certo encanto da história - e ainda por cima, fizeram um pequeno drama familiar clichê entre um deles e o chefe do jogo para justificar a presença da Nao nele, o que ainda não foi justificado pelo mangá. Enfim, o bom do mangá são os mistérios que o "live-action" tenta tirar. O que mais me irritou, no entanto, foi a troca de um personagem que deveria ser um travesti, por um hétero esquisito. Eu tive vontade de parar de assistir toda vez que via a cara dele.
Leiam o MANGÁ. Sério. É empolgante.

PS: Eu possuo uma paixão secreta pelo Akiyama, pois a inteligência dele é sexy demais.
PS2: Se você for uma pessoa um tanto mais madura, vai perceber, no decorrer da história, que a Nao não é TÃO tonta assim.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Akuma to love song - Um demônio e sua música de amor


"Akuma to love song" - também conhecido como "Devil and her love song"- faz parte daquelas GRANDES recomendações. Ou seja, daqueles mangás que não recomendo apenas para passar o tempo, mas que realmente aconselho como leitura. O realismo desta obra traz por trás de uma série de fatos pessimistas, uma mensagem de esperança e seus personagens são incrivelmente humanos. É uma história fascinante que inicia-se quando Kawai Maria, uma garota extremamente bonita, mas considerada perversa, entra em um colégio novo, após ter sido expulsa por violência contra um professor, de um colégio de freiras. Maria chega ao novo colégio bastante abalada, pois sua única amiga disse a ela "Você corrompe as pessoas" no dia em que ela foi expulsa do Katria(o colégio). Maria, então, chega ao colégio decidida a mudar e se tornar alguém adorável, com muitos amigos. A grande questão é que Maria não é má. Ela é excessivamente sincera, portanto, suas atitudes parecem arrogantes e crueis, sendo que ela, na verdade, é uma ótima pessoa. O azar dela é que ela entrou em uma típica sala de aula japonesa, onde há muito builling e hipocrisia. Nesta sala, a excessiva sinceridade de Maria não é bem vista, e ela começa a ser vítima desse builling. O que diferencia a Kawai das outras protagonistas que sofrem builling seria a reação dela. Ao invés das outras, que costumam fugir e chorar, ela simplesmente segue em frente. No primeiro dia de aula, quando seu uniforme do Katria é feito é rasgado e pendurado para fora da janela, dois colegas de sala que mostram-se interessados na personalidade dela, perguntam a ela se ela virá para aula no dia seguinte, e ela responde, com calma:
- Obviamente.
Isso faz com que um relacionamento profundo comece entre os três. Aos poucos, Maria vai enfrentando diretamente as pessoas que a maltratam, e inclusive, consegue mudar alguma delas, a ponto de fazer com que elas se tornassem suas amigas. Para vencer esses desafios, ela usa, principalmente, a sua afinidade com a música, o que gera o título do mangá.
"Akuma to love song" é uma INCRÍVEL história, pelos seguintes motivos:
01- A protagonista possui uma personalidade extrardinária e possui incrivel força interior, por isso, torcemos com todas as forças por ela.
02- A história é extremamente realista, pois foca em temas comuns dentro de uma sala de aula, como "boatos", "hipocrisia", "builling" e "submissão". Muitas pessoas já passaram por esse tipo de coisa - inclusive eu -, portanto, não é um tema que deva ser ignorado. Uma sala de aula raramente é um antro da união como a de "Toradora". Normalmente, há conflitos terriveis que, caso se expandam, geram uma sala como a de Kawai, que é perfeitamente possível no mundo real.
03- Os personagens são, para bem e para mal, extremamente realistas também. Isso porque eles possuem traços diversos de personalidade, não sendo estereótipos de um tipo de personalidade. Uma das amigas de Kawai, por exemplo, parece apenas uma garota apática, mas, na verdade, possui grande atração por rock, filmes de terror e tudo que é dark. Já a própria Maria, com sua personalidade "terrrível", gosta de coisas muito doces e bonitinhas. Nenhum personagem de "Akuma to love song" é inteiramente mal ou bom. Essa é uma grande qualidade da obra.
Há também, claro, como não poderia faltar em um shoujo, uma boa dose de romance, envolvendo Maria e seus dois amigos, Kanta e Meguro, que possuem personalidades opostas. Os dois gostam dela, mas Maria, no início da narrativa, não está interessada em outr sentido, por nenhum dos dois, mas isso com o tempo é modificado - como o esperado em um mangá shoujo. Para a surpresa de vocês, caros leitores, apesar de todo o drama, há comédia neste mangá! Há situações bastante divertidas e engraçadas, sendo a mais clássica delas, a "virada de rosto" da Maria. Kanta, o seu amigo mais popular, diz a ela que um dos modos de parecer doce, seria inclinando levemente a cabeça para o lado, ao falar com alguém e ela passa a fazer sempre isso. O problema é que quando ELA faz, ela parece estar falando com um assustador ar de superioridade, o que gera resultados sempre engraçados.
Este é um mangá que PRECISA ser lido, a menos que você seja fraco(a) para dramas, ou goste de histórias MUITO românticas. Minhas recomendações.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Baby Love - Um amor infantil

"Baby Love" é um clássico! Ele só não pode ser comparado com "Kodomo no Omocha" por alguns detalhes na construção da história, e também pela personalidade fraca - principalmente, em relação se comparado ao Akito - do protagonista, mas, de modo geral, é uma grande comédia romântica.
"Baby Love" conta a história de Seara, uma garota que está no sexto ano e que gosta de Shuuhei, que está no nono ano, desde que ela era uma criança, e que por essa razão, sempre fez o possível para se tornar uma garota boa o bastante para ele. Ela tomou severos cuidados com sua aparência, tomou muito leite, a fim de parecer mais alta, estudou muito e fez muitos exercícios. Seus planos amorosos iam ser interrompidos, pois seus pais estavam de mudança aos Estados Unidos, mas decidida a não deixar aquilo atrapalhá-la, ela os convence a deixá-la permanecer no Japão, na casa de um dos funcionários do pai dela. Seara, evidentemente, sabe exatamente o que está fazendo, afinal, esse funcionário de seu pai é pai de Shuuhei.
Ao se mudar para a casa, Seara deve acostumar-se a conviver com Koharu, irmã caçula de Shuhei que tem a sua idade, e com Shuuhei, que não se lembra dela. Outro grande problema de Seara seria o fato que Shuuhei não percebe seus sentimentos e a trata como uma criança.
"Baby Love" é um shoujo com tema clichê, construção clichê e personagens relativamente simples, mas acabamos nos apegando a história, pois ela é extremamente divertida e adorável. Além disso, nós torcemos com todas as forças pela Seara, pois ela é uma protagonista com uma personalidade meiga e forte, ao mesmo tempo. O que se pode dizer? É uma boa história para lermos e relaxar. Não nos leva a lágrimas como "Fruits Basket" ou "Kmi ni Todoke", mas sem dúvidas, nos comovemos com os sentimentos da protagonista. Essa é uma história tão doce e inocente quanto a Seara. Leiam-na se possível.^^

terça-feira, 29 de junho de 2010

Anti-Gravity Boy - O garoto antigravitacional


"Anti-Gravity Boy" faz parte de uma daquelas histórias curtas, mas boas. A idéia é bastante original, o modo como foi desenvolvida também e de modo geral, o romance é divertido e agradável. " Anti-Gravity Boy" É uma boa história, mas talvez não seja recomendável lê-la, se você é alguém que gosta de mangás com altas emoções.
Fuuko é uma garota cheia de energia que vive uma vida colegial comum e que deseja tirar uma foto de uma assombração - aparentemente, um ser que anda pelas paredes - para um concurso de fotografias, sendo que ela tem motivos para acreditar que tal assombração seja seu colega, Ruka. Quando ela revela isso a ele, tendo em vista que ela não pretende chantageá-lo ou algo assim, ele explica os demais detalhes de seus poderes. Ele é capaz de controlar a sua relação gravitacional em relação à Terra, e assim, consegue realizar diversos truques, usando princípios básicos da física, embora não chegue a voar, já que ele não poderia controlar seu corpo direito, caso levitasse. À principio, ele parece afastá-la, mas acaba tornando-se inevitável que os dois se aproximem, afinal, ela acaba contraindo o poder dele, que é, segundo o próprio, "bastante contagioso". A história trata, além das diversas e peculiares características do poder de Ruka, da lenta resolução dos problemas no grupo de amigos dele. Seus dois melhores amigos namoram, mas há uma grande sensação de desconforto grupal, quando Ruka aproxima-se da garota, por motivos que o grupo não comenta, mas que a história aos poucos revela e soluciona. Além disso, há o amor incorrespondido de Fuuko, que esforça-se para estar ao lado de Ruka, ainda que ele não perceba nem corresponda seus sentimentos. O mais interessante em "Anti-Gravity Boy" é que, aos poucos, esses relacionamentos confusos e a influência dos poderes gravitacionais mostram ter uma íntima relação.
A autora desse mangá é uma das minhas preferidas. Eu, sinceramente, a adoro. O motivo pelo qual gosto tanto dela seriam os seus roteiros cativantes e agradáveis, o seu senso de humor peculiar e as suas protagonistas, que sempre possuem uma personalidade forte e divertida. Esta obra também possui essas características, por isso, é realmente divertida. Devia ter durado um pouco mais...
O mais interessante ponto da narrativa, é a análise gradual das aplicações do poder de Ruka, sempre de acordo com os princípios da física. Por exemplo, o motivo pelo qual ele pode saltar de grandes alturas sem se ferir, seria porque o impacto é maior, quando o peso do corpo também o é, como o peso é definido pela gravidade, ele pode facilmente evitar esse problema, reduzindo seu peso e consequentemente, a reação do solo. Ele também usa o mesmo princípio para dar grandes saltos. O único mistério da história, segundo a própria protagonista, seria como a saia dela não abaixa, quando ela está pendurada em algum lugar(XD).
Como sempre, os personagens da autora estão divertidos e bem construídos. Com exceção ao Ruka, que, com seu jeito lesado, e sua gentileza, costuma me irritar um pouco, mas tudo bem. Histórias sem defeitos, não seriam divertidas, pois não seriam humanas. Além disso, se você acha protagonistas lesados e bonzinhos bonitinhos ou legais, você irá adorá-lo, ou seja, o gosto pessoal é o que está em questão.
Esta é uma história realmente divertida. Vale a pena lê-la. Quando tiverem tempo, tentem.^^
Como sempre, boa leitura.

sábado, 26 de junho de 2010

Hatenkou Yuugi - O jogo sem precendentes


Essa é uma história recomendada para quem não se afeta com facilidade e não é um moralista fanático. "Hantekou Yuugi" é uma obra pesada. Muito mais pesada do que aparenta, apesar de ser rica em comédia e ter cavalares - embora discretas - doses de romance. De um modo geral, pode-se dizer que "Hantekou Yuugi" toca com muita naturalidade em desejos humanos muito polêmicos, como a vingança, o ódio, o ciúmes, e também, sobre a maneira como enxergamos aqueles que não se integram a nossa moral. É um mangá pesado, apesar de não ser denso como, por exemplo, um dos finais de "School Days". Definitivamente, leia este mangá - e ignore o traço horrível da autora, acredite, você se acostuma com ele.
"Hantekou Yuugi", à princípio, conta a história de uma garota chamada Rahzel, que foi mandada para fora de casa, para tentar viver uma jornada particular, por seu pai. Como companheiro de viagem, ela convida um sujeito desconhecido, chamado Alzeid, prometendo a ele que tornará sua vida monótona, divertida. Quando eles se encontram, Rahzel explica sua situação e Alzeid também explica a sua: ele está indo atrás da pessoa que assassinou seu pai - por favor, não lembrem de "Naruto" T.T. No meio da viagem, outra pessoa junta-se à eles, Baroqueheat, um amigo de Alzeid, que o encontra por acaso, e que constantemente assedia a Rahzel. Os três sabem as informações principais, um sobre o outro, mas todos possuem consciência que cada um esconde segredos importantes, que preferem guardar para si. À medida que vão viajando por cidades, eles vão ajudando a resolver conflitos, embora nem sempre consigam, se conhecendo, e um grande enlace forma-se entre eles. Aos poucos, seus segredos começam a ser revelados, e, por alguma razão, eles parecem se misturar.
Por que ler "Hantekou Yuugi"? A história em si, já é suficientemente interessante, mas não é apenas a ação e os mistérios que tornam este roteiro digno de elogios. Eu AMO a Rahzel, o Alzeid e a Razhel COM o Alzeid. A Rahzel é uma personagem com personalidade forte, mas ela é diferente das personagens fortes habituais. A força dela não é mostrada com explosões de raiva, mas com a calma que ela costuma manter, com sua natureza orgulhosa, e com suas frases brilhantes. Ela é a autora da frase " O simbolo de 'humano' mostra claramente que o esquerdo está se apoiando no direito! Apoio mútuo? Isso é impossível! Olhe a diferença de tamanho!". O modo como ela se dá bem com os outros caras, apesar de viver implicando com eles, é divertido e adorável. O Alzeid é O personagem. Eu simplesmente o adoro. Ele é o responsável pelo lado romântico da história, que é adorável, por ser tão discreto e verdadeiro. Além disso, ele é um personagem engraçado - na minha visão - e realmente encantador, mesmo que esse engraçado e encantador apresentem-se em um personagem que aparenta ser frio e segundo as palavras da Rahzel, "nascido para o crime". Baroqueheat não tem minha confiança, embora, vez por outra, os assédios que ele provoca na Rahzel-chan, provoquem boas cenas, como, por exemplo, uma vez que ele a enlaçou pela cintura, a convidando para jantar, e o Alzeid disse:
- Já sei, como essa história irá terminar. Você irá dizer algo do tipo "Você será a sobremesa, Rahzel".
Nesse momento, a Rahzel e o próprio Baroqueheat o encaram e dizem:
- Seu doente.
- Depravado.
- Por que sou eu que recebo as críticas por aqui!?! - pergunta o Alzeid, o que é bem engraçado, já que não pode haver adjetivos mais incompatíveis com a personalidade dele(XD).
O nome do mangá já diz o que nos espera. É um jogo sem precendentes. Ou seja, não há uma razão específica para eles encontrarem as situações que o cercam, mas já que as encontraram, eles precisam encará-las, ou terão muito a perder. Conforme eu havia dito, "Hantekou Yuugi" toca em temas delicados, de maneira polêmica, mas é uma bela, e intensa obra, que vale a pena ser lida.
O anime é MUITO diferente do mangá. Sério. Comentarei sobre ele, mais à frente. O que estou recomendando aqui é o MANGÁ. O MANGÁ. Leiam mesmo. Eu me viciei nessa história.
PS: O Alzeid tímido - que demora um tanto a aparecer na história - é mais fofo do que mil protagonistas de shoujos, juntos.
PS2: As cenas de comédia são MUITO boas. A autora é incrivelmente sarcástica. Você também pode ler para se divertir, não apenas pela ação e pelo romance.

domingo, 20 de junho de 2010

Kaichou Wa Maid-sama! - A presidente do conselho estudantil é uma maid!


Há alguns mangás desconhecidos que passam a ser razoavelmente conhecidos, quando tornam-se animes. Um exemplo disso seria "Nodame Cantabile". Na época em que li "Nodame Cantabile" pela primeira vez, antes da produção do anime, somente havia como ler o mangá em inglês e era muito difícil encontrar algum site que disponibilizasse o dorama legendado - e quando falo legendado, refiro-me ao inglês(!). "Nodame Cantabile" era tão conhecido quanto "Faster than a kiss". Ou seja, tinha um público específico. Nós, os caçadores de mangás traduzidos para o inglês. Entretanto, após a produção do anime, "Nodame Cantabile" foi atingido popularidade e hoje, há um razoável número de pessoas que, no mínimo, já assistiu o anime. Além disso, hoje, já existe o dorama legendado em português - as duas temporadas!- e as três temporadas do anime, também legendadas, podem facilmente ser encontradas em qualquer site. Até mesmo o mangá já está sendo traduzido por uma equipe...!
Enfim, você nunca sabe o que pode acontecer, quando o anime é produzido. Portanto, disponho-me a falar sobre o mangá de "Kaichou wa Maid-sama!" para o caso do anime o tornar conhecido, tirando-me a possibilidade de comentar sobre ele, neste blog.
Acredito que o anime de "Kaichou Wa Maid-sama!" não será tão bom quanto o mangá. Eu duvido que eles consigam fazer um Usui tão engraçado, mas ao mesmo tempo sexy. Só pelos traços do anime, já dá para deduzir isso. Eu vi a abertura e o encerramento, e aparentemente, eles reduziram o mangá, algo parecido com o que houve com "Special A" - em que a adaptação em anime é uma das piores que já vi.
Vamos lá. Vamos lá. A história de "Kaichou Wa Maid-sama!" fala sobre a vida de Misaki, a presidente do conselho estudantil de um colégio predominantemente masculino, que odeia homens e que vive um cotidiano agitado, pois está sempre tendo que repreendê-los. A personalidade dela é tão forte e agressiva, que ela chega a inspirar temor, nos estudantes. É exatamente por ela ser assim, que é constrangedor o fato dela trabalhar como uma garçonete em um café cosplay, onde ela precisa usar uma roupa de maid e servir a homens, tentando parecer bonitinha. O motivo pelo qual ela tem esse trabalho é para ajudar sua mãe a pagar as dívidas que seu pai deixou antes de abandoná-las. O fator "X" que começa a mudar a vida dela de maneira significativa é quando Takumi Usui, um dos estudantes que ela mais despreza, descobre esse seu segredo e passa a persegui-la, sempre implicando com ela, mas ao mesmo tempo, a ajudando, sempre que ela precisa.
Acredito que o Usui é um dos mais interessantes personagens masculinos de shoujo. Isso porque tecnicamente ele deveria cair no estereótipo de "personagem perfeito" que a maioria dos shoujos possuem, mas no caso dele, a sua perfeição excessiva é tratada como se fosse a prova de que ele é um alienígena(XD). Isso, porque a personalidade do Usui, realmente não é coerente com o fato dele ser bom em tudo que faz. Ele possui um vago ar de alguém que não quer nada com a vida. Além disso, ele é um tanto pervertido e parece não possuir um pingo de noção - apesar disso não ser uma verdade. O Usui é um personagem misterioso, ambíguo e divertido. Ele é o principal ponto do mangá!
A personalidade da protagonista também é interessante, pois ela não é idealizada. Apesar de ser uma boa pessoa, ela algumas vezes é injusta e imatura, por isso, a convivência dela com Usui, e também seu dia-a-dia no café, acabam a ajudando a corrigir alguns de seus defeitos. O fato dela possuir uma personalidade forte também é bastante interessante, pois ela não é como uma daquelas personagens de shoujo que vivem a mercê das circunstâncias, e isso faz com que ela consiga encarar as situações complicadas do mangá, diretamente.
Embora o foco da história pareça ser a vida de Misaki, aos poucos descobrimos, que o principal ponto da história está relacionado aos mistérios que cercam a vida de Usui, que parecem estar ligados, de algum modo, ao café e a Misaki. Somente para informá-los, eu não posso responder muitas coisas sobre isso, pois o mangá realmente é lerdo em nos transmitir as informações. Como o Usui é um indivíduo um tanto manipulador, nós nunca sabemos o que ele está de fato pensando. Os poucos momentos em que ele parece totalmente espontâneo sempre ocorrem graças a Misaki, por quem ele se revela completamente apaixonado, apesar da resistência da garota em sua aproximação.
Os pontos positivos de "Kaichou wa Maid-sama!" são vários. Há diversos secundários interessantes que nos encantam com suas pequenas histórias que se misturam com a de Misaki e a de Usui, com bastante frequência, como a de Yukimura, um garoto esforçado que parece uma menina e que sofre constantes assédios de Usui, a de Sakura, amiga de Misaki, que gosta do arrogante membro de uma banda popular, além das pequenas aventuras do cotidiano do café, que forçam Misaki a se adaptar a sua rotina, repleta de cosplays e de excêntricas situações. Enfim, "Kaichou Wa Maid-sama!" faz bem o estilo shoujo, mas é um shoujo bem shoujo de qualidade: divertido, romântico e intenso. Os personagens são extraordinários e nos fascinamos com as atitudes deles. Eu espero que o anime - que comentarei em breve, junto com outros dois, em uma sessão neste blog que se chamará "Pipoca", para comentar adatações em anime, desses mangás desconhecidos- não tenha reduzido a história a um romance fraco e água-com-açúcar.
Leiam e aproveitem.

Ghost Only - "Apenas para fantasmas"


A série está em hiatus, mas vale a pena ler os capítulos que sairam, pois, bem, é divertido. "Ghost Only" não faz o tipo de história que lhe emociona, ou que lhe prende, como, por exemplo, "Fruits Basket" ou "Hana to Akuma", mas a história é divertida, adorável, engraçada e possui uma idéia bastante interessante.
O tema central da narrativa, gira em torno do cotidiano dos funcionários de um restaurante chamado "Ghost Only", que, como o próprio nome indica, só atende a fantasmas. Os funcionários, aliás, também são fantasmas, sendo que, aparentemente, a única humana do lugar, é uma funcionária chamada Ema, que consegue enxergar os fantasmas e que possui muito medo deles. Além da protagonista medrosa, os personagens principais são o gerente, o indivíduo mais assustador do lugar, Yuu, o "chef" que possui uma certa implicância com Misa, que não tem exatamente um trabalho definido, mas que é muito bonita, gosta de beber e não gosta de trabalhar. Além desses, há o responsável pela limpeza, o esqueleto Enomoto-san, que é cheio de energia e que se considera uma garota, portanto, é muito sensível e gosta de coisas bem femininas. O restaurante não é propriamente um lugar para alimentar fantamas, já que eles não sentem fome, mas um lugar para acolhê-los e promover reencontros. Com a colaboração de Ema, ele também acaba se tornando um lugar para fantasmas resolverem seus conflitos antes de irem ao céu. Cada capítulo possui a história de algum fantasma com problemas a resolver, antes de ir para o céu. Podemos ver vários tipos de personagens, seus pequenos dramas, e relacionamentos. Há o caso de uma criança que foi assassinada, e sofre, pois seu corpo foi abandonado em algum lugar, há o caso de uma garota que deseja reencontrar um amigo de infância, e assim por diante. Essa é uma história agradável, divertida e adorável. Não algo para lhe emocionar. Leia sendo alertado sobre isso, pois assim, você poderá realmente desfrutar sua leitura.
Há momentos realmente engraçados, na história. Principalmente, devido a personalidade excêntica dos personagens. Como exemplo, a grande cena em que uma fantasma elogia efusivamente a pele da Misa, e pergunta qual o segredo dela para mantê-la assim, ao que a personagem olha para o copo que está segurando, como se avaliasse alguma coisa e responde:
-...Álcool?
Dentre outros momentos "LOL" do mangá. Em síntese, posso afirmar que ler este mangá é uma maneira agradável de matar o tempo. O último capítulo deixa muito a desejar, pois, como falei, a obra está em hiatus, mas alguns dos capítulos são REALMENTE interessantes e merecem ser lidos. Os personagens são divertidos, a história tem uma boa idéia e boas tiradas...por que não ler?
O gerente e a Misa são os personagens mais divertidos da história, ao meu ver, portanto, não se surpreenda caso você também seja cativado por eles. Boa leitura!^^

segunda-feira, 1 de março de 2010

Kirai - Ódio


"Kirai", na verdade, apesar de se passar em um ambiente colegial, é claramente um josei. Na minha opinião, é uma das obras mais realistas que já vi em relação a separação amor, amizade, compromisso e sexo. Como a temática do sexo é amplamente abordada e há cenas que insinuam certas coisas, eu recomendaria esse mangá para maiores de quatorze anos, embora, em fatos, não tenha nenhuma cena que faça você ficar morrendo de vergonha ou algo assim.
A história de "Kirai" começa nos mostrando as vidas - praticamente paralelas - de Hanada e Matsumoto, dois estudantes colegiais que são da mesma sala. Hanada mistura traços russos e japoneses, sendo bastante atraente e, portanto, popular com as garotas. Ele aproveita-se disso para dormir com várias delas.Enfim, ele gosta de fazer sexo com as mulheres, mas detesta a personalidade delas, pois acredita que elas demonstram valores que, em fato, não possuem, não sendo dignas de confiança. Para provar sua tese para si mesmo e - às vezes- para os outros, ele envolve-se com mulheres comprometidas, que aparentam estar apaixonadas por seus namorados e até mesmo com a namorada de seu melhor amigo. Apesar de tudo, ele é bastante honesto. Ele deixa claro em seus relacionamentos, que quer apenas sexo e nada mais. As mulheres aceitam e ele prossegue sua vida assim.
Matsumoto, aluna da sala de Hanada, é exatamente o oposto dele. Ela nunca beijou, e é virgem. Ela não permite que nenhum garoto se aproxime, pois ela já gosta de seu senpai, e leva seus sentimentos a sério. Entretanto, mesmo sendo pura, Matsumoto tem uma personalidade forte, agressiva e independente e é isso que a faz desprezar Hanada.
Hanada sente-se interessado em saber por que aquela garota o odeia e acaba descobrindo que uma das amigas dela contou uma versão errônea do envolvimento que ambos tiveram. A partir deste incidente, ela chama a atenção dele, que passa a implicar com ela, chegando a roubar o primeiro beijo dela para tentar fazê-la chorar- o que não acontece, já que ela simplesmente o estapeia e o chama de traste. Com o tempo, em uma ironia do destino, eles descobrem que a mãe dela se casará com o pai dele, e os dois botam suas diferenças de lado para uma convivência "pacífica".
Como os dois passam a conviver, Matsumoto começa a entender a real natureza de Hanada - que não é tão cruel quanto aparenta - e passa a agir como uma mãe, cuidando dele e dando broncas quando ele faz coisas erradas. Ele, por sua vez, apesar de continuar implicando com ele, passa a agir de forma secretamente gentil em relação a ela. Nesse relacionamento, Matsumoto, um dia, descobre-se apaixonada por ele, mas como lidar com isso? O Hanada continua sendo um traste que não compreende as mulheres e que dorme com várias delas, por diversão. Na dúvida, ela finge não ter esses sentimentos. Já Hanada não consegue compreender se ela gosta dele ou não e fica terrivelmente aborrecido, embora, teoricamente, não haja nenhuma razão para isso.
Essa história, no meu ponto de vista, é bastante realista, pois nós vemos pessoas que terminam com seus namorados e voltam, pessoas que terminam e não voltam, pessoas que dormem com outros por diversão, pessoas que dormem com alguém, porque, no fundo, possuem alguma expectativa que a pessoa a ame, pessoas que dormem com alguém, porque, no fundo, apenas querem estar com quem amam, mesmo que seus sentimentos não sejam recíprocos, pessoas que traem por confusão, pessoas que traem por puro desejo...Enfim, a realidade. Não o mundo usual do shoujo, onde todas as garotas de dezessete anos nunca foram beijadas, são motivadas somente por amor, o único relaciomento possível entre um homem e uma mulher é amizade ou namoro...
Além do realismo que intensifica a tensão da história e sua construção, os personagens de "Kirai" são psicologicamente bem construídos, a história tem reviravoltas inimagináveis - e não estou brincando ou exagerando quanto a isto - e os relacionamentos são bastante interessantes e os acompanhamos fervorosamente. É um josei e tanto.
O Hanada, personagem odiado por muitos, na minha opinião, é o personagem mais interessante do mangá. De certo modo, ele me lembra o "Primo Basílio", sendo que ele não é dissimulado e é bastante franco em suas frases e ações. Além disso, você nunca consegue imaginar como ele vê certas situações e, muitas vezes, você espera que ele vá dizer algo e ele diz alguma coisa completamente diferente do que você esperava. E você não sabe dizer se ele disse isso para manter uma fachada em relação ao que realmente pensa, ou se ele realmente pensa assim. É uma história incrível e que, apesar do ritmo lento inicial, intensifica-se de modo viciante. Vale a pena acompanhar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

M to N no Shouzou - O perfil de uma masoquista e de um narcisista


“M to N no Shouzou” é um dos meus mangás preferidos e eu nunca me canso de relê-lo. Em poucos capítulos, a autora nos transmite uma divertida, romântica e original história que trabalha com aspectos interessantes da personalidade reunidos de um modo imbatível. Embora “Gakuen Alice” faça um sucesso impressionante entre as leitoras japonesas e americanas, não há quem não goste desses dois volumes ao lê-los, isso por conta da incrível habilidade da Taniguchi em elaborar personagens com características singulares e personalidades fortes e contrastantes, o que nos prende na história do início ao fim. Ah, e eu já comentei que até mesmo a one-shot que acompanha os capítulos do mangá é excelente? Não? Bem, talvez seja desnecessário alertar tal coisa já que estamos falando de uma obra da Higuchi*. Um de seus primeiros trabalhos, mas ainda assim, uma obra.
: A história- que nos é contada em atos como em uma peça de teatro- nos apresenta dois personagens. Mitsuru Abe é uma belíssima garota, sempre séria e calada, que vem de uma rica família, sendo considerada por muitos, uma dama. Natsuhiko, por sua vez, é um garoto com cara de nerd que parece ser um daqueles personagens secundários e lesados, mas que quando tira os óculos mostra ser realmente lindo e muito parecido com o personagem do mangá que Mitsuru adora. O destino dos dois se une quando eles, acidentalmente, descobrem o maior segredo um do outro. Mitsuru, a dama, na verdade, é uma masoquista- motivo pelo qual, ela se comporta estranhamente após receber um tombo e ralar o joelho. Natsuhiko, aparentemente um garoto normal, é na verdade, um grande narcisista e esse é o motivo pelo qual ele usa óculos mesmo tendo a visão perfeita. Para não enxergar bem o próprio reflexo. Como ambos passam por difíceis condições durante o dia-a-dia, eles decidem se ajudar, tornando-se amigos. O problema é que visivelmente há mais do que amizade no relacionamento dos dois e isso é percebido principalmente através de Mitsuru, o que leva a garota a ser perseguida por suas colegas.
A parte que eu adoro nesse mangá, é o modo como a autora lidou de maneira brilhante com a personalidade de cada personagem. Além de justificar com perfeição e naturalidade o que os levou a ser assim, ela explora cada aspecto do masoquismo e do narcisismo, usando o senso de humor e algumas questões reflexivas sobre o tema. A pergunta “Os narcisistas realmente conseguem amar alguém?” é bastante interessante e mostra-se significativa no decorrer da trama, quando torna-se claro que o protagonista sente algo por Abe. As cenas em que os dois revelam sua “verdadeira natureza” também são incríveis e hilárias, sempre nos encantando e nos levando a sorrir. Particularmente, achei o final um tanto vago, cria muita expectativa, entende? Entretanto, eu também não me sentiria à vontade se a autora colocasse um final melodramático, já que a história possui um tom muito natural e bem-humorado, não combinando com esse tipo de coisa. Vale lembrar, que o casal Abe e Natsuhiko deve ser considerado, no mínimo, interessante. Desde o primeiro capítulo, torna-se claro que Abe ama Natsuhiko, mas o garoto apresenta certa resistência que só começa a ser quebrada com o aparecimento de um novo personagem. Este, além de criar ciúmes no protagonista, é muito, muito engraçado por ter uma terrível fobia de cachorros. Enfim, com personagens excelentes e bastante originais, um enredo criativo e divertido, além de cenas “kawaai” que são a especialidade da autora, “M to N no Shouzou” é um ótimo e – infelizmente- breve mangá, que deve ser lido.
Ah. E a cena em que o personagem realiza seus verdadeiros sentimentos é incrível. É como se você conseguisse, apenas através da imagem, conseguir entender tudo que está se passando na mente dele e principalmente, em seu coração.
Não, não existe uma adptação em anime. Obras curtas raramente são "animadas" e essa não é uma exceção a regra. Infelizmente. Eu adoraria descobrir quem seria a seyuu da Abe...-____-

Her Majesty’s Dog - "O cachorro de vossa Majestade"


No começo do mangá, a autora diz algo muito engraçado. Diz que a maior parte das pessoas só começou a ler o mangá devido ao nome dele, que foi muito bem recebido. Bem, eu fui uma dessas. Adoro histórias em que o cara é o cachorro da garota e fico feliz em ver que isso está sendo muito usado pelos autores japoneses nos últimos tempos. Entretanto, não se engane pelo nome bonitinho que sugere um shoujo clichê. “Her majesty’s dog” é um daqueles shoujos que lhe fazem aprender que nem sempre mangás para garotas precisam conter purpurina, flores e açúcar. Esse é um shoujo sim, mas que shoujo! Com elementos de fantasia e ação, “Her Majesty’s Dog” poderia facilmente ser comparado com “Inuyasha” em vários quesitos e honestamente não entendo porque a obra não é mais popular. Ela é excelente e tem um pouco de tudo! Romance, comédia, drama, ação...Tudo isso em um ótimo roteiro com personagens cheios de personalidade. Em resumo? É um tapa na cara de todos os meninos e até meninas que já abriram a boca para dizer que todos os shoujos são iguais.

A estória do mangá, em resumo, seria esta: Amane é uma jovem que é constantemente maltratada por suas colegas de classe devido ao seu comportamento frio e ao seu relacionamento com Hyoue, um garoto atraente que, APARENTEMENTE, namora com ela. Outro fator irritante na garota, seria o fato dela agir como a “rainha do gelo” com todos, mas ser altamente explicita com Hyoue, beijando-o mesmo na frente dos colegas de classe. Aparentemente, ela é apenas uma garota frágil e ingênua que é vítima de seus colegas, mas logo no primeiro capítulo descobrimos que ela possui uma kotodama- digamos que é uma espécie de poder especial- que lhe confere a habilidade de controlar qualquer ser, apenas citando seu nome e que Hyoue não é seu namorado, mas um demônio que lhe serve em troca de sua energia vital que é transmitida através de – isso mesmo – beijos. A partir do primeiro capítulo, ela faz amizade com outra garota e os três passam por diversas situações para se protegerem contra diversos espíritos e demônios e para esconderem a verdadeira identidade de Amane e de Hyoue para que os habitantes de sua vila não a levem de volta. Apesar do roteiro simples, a autora conseguiu criar uma história extremamente interessante, mesclando ação, drama, comédia e romance nas proporções certas. Os próprios personagens são cativantes. Amane apesar de aparentar ter uma personalidade fria, na verdade, é muito inocente e isso a torna alguém que é amada por todos. Hyoue é um verdadeiro guarda-costas, possui uma personalidade agitada, é muito ciumento e teimoso e sua verdadeira forma – a de um tigre, com dois chifres- é freqüentemente confundida com a de uma vaca(XDDD). E a amiga de Amane é uma garota normal, mas que possui um temperamento forte e é bastante leal. Os três juntos formam um grupo bastante singular que vão enfrentando desafios cada vez mais difíceis a medida que o tempo vai passando.

“Her majesty’s dog” é muito melhor do que muitos shoujos e shonens e realmente não entendo como a história não é mais popular. A história é extremamente interessante, os personagens são ótimos e o traço é consistente. Acredito que para algumas leitoras, o mangá possa ser um pouco pesado, mas esse motivo não é suficiente para não ser lido.

Embora o tema inicial da história, seja apenas a resistência de Amane a retornar a sua vila, com o tempo, os sentimentos de Hyoue são mais ressaltados quando é abordado o tema da relação dos demônios com seus mestres. Como há uma subordinação e como os humanos são efêmeros em relação aos demônios que precisam encontrar novos donos para poderem se alimentar, relações afetivas são realmente complicadas, principalmente, as amorosas. É impossível negar- e veja que meus spoilers nesta sessão não são muito avançados- que Hyoue ama Amane, mas ele não pode se declarar para ela e ela tão pouco compreende seus sentimentos. A autora fez uma comparação interessante entre os dois quando os colocou nos papéis principais de “A Bela e a Fera”. Durante a atuação, é impossível não identificar Hyoue com o seu papel na peça. Amane é alguém cuja kotodama é extremamente poderosa, então ela sempre foi temida, respeitada e colocada em uma posição social elevada pelos outros moradores da vila. Hyoue, por sua vez, era apenas um demônio que passou duzentos anos sem adquirir um dono, até o aparecimento dela. Por isso mesmo, o número dos que se opõem ao romance – antes mesmo dele acontecer – é imenso. Pobre Hyoue...

Enfim, esse é um mangá muito, muito bom. Como diria a Renge, eu poderia comer cinco pratos disto.T.T

domingo, 3 de janeiro de 2010

Faster than a Kiss - "Mais rápido do que um beijo"


“Faster than a Kiss” é uma história que não poderia deixar de estar aqui. Ela realmente é uma das melhores histórias desconhecidas que já encontrei e nos conquista do início ao fim. Para ser sincera, o que eu realmente aprecio na autora é o seu modo de nos mostrar as várias faces do amor em meio ao relacionamento de um professor e sua aluna que também não deixa de ser um amor entre um homem adulto e uma adolescente. Por mais que você tente não vai conseguir achar o romance do casal protagonista um “tabu” tendo em vista a naturalidade e a pureza do sentimento entre eles. Além disso, há um respeito mútuo que é muito raro em casais de shoujo que, geralmente, fazem da vida um do outro um inferno de diversas maneiras, seja brigando, desprezando, vendo o outro como um(a) irmã(o), se mudando, morrendo e etc. Os dois, claro, possuem suas briguinhas habituais, mas, bem, são coisas de casais. E nesse caso eles são um casal no sentido bíblico da palavra. Embora o impacto da palavra não combine nada com o cotidiano agitado e engraçado dos dois.
Fumino Kaji é uma adolescente de dezesseis anos, dotada de um imenso senso de justiça, que perde seus pais e que junto a seu irmão, Tenpei, passa pela casa de diversos parentes até acabarem na rua por não conseguirem se enquadrar em nenhuma casa. Na rua e no desespero, aparece um homem querendo comprá-la(no mal sentido da palavra). Calma. Não é o protagonista. Ele aparece logo em seguida, batendo nesse homem e convidando Kaji-san para ir ao seu apartamento. Ele é seu professor de inglês, Ojiro Kazuma, o único que procurou pelos dois. Apesar da gentileza do ato, Fumino reclama com ele, pois diz que precisa de dinheiro e que não quer a pena dele e se recusa a acompanhá-lo, nesse ponto começa a discussão que define a história do mangá:
- Não é por pena!
- AH, É MESMO!?! ENTÃO VOCÊ PODE CASAR COMIGO E NOS SUSTENTAR!?! EU DUVIDO!
- SIM, EU POSSO!!!!

E impulsivamente, os dois decidem se casar, formando o casal mais estranho do mundo. Algumas coisas práticas são estabelecidas no cotidiano deles, como o comprometimento em manter segredo do casamento e os cosplays de “jovem esposa” que devem ser vestidos por Fumino a fim de que Ojiro lhe prepare o jantar, assim os dois podem viver uma vida relativamente normal. Entretanto, apesar dos dois viverem na mesma casa, há algo que Fumino não pode deixar de notar: Ojiro não toca nela. Talvez pela diferença de idade, talvez porque ele não tinha nenhum interesse a não ser o de ajudá-los quando se casou com ela, mas gradativamente, isso vai tornando a garota bastante insegura, afinal, ao contrário dele, ela realmente o vê como um homem e deseja ser tocada (embora se ache uma pervertida por isso) por ele, mas ao mesmo tempo não deseja ameaçar seu emprego. Conflitos devido à suposta indiferença dele tornam-se comuns ao decorrer do mangá, mas à medida que eles ocorrem os sentimentos dos personagens tornam-se claros e as situações vividas por eles mais cativantes e divertidas. O passado de Ojiro, apesar de ser fonte de preocupações para Fumino, é muito engraçado já que o gentil e atrapalhado professor de inglês era um delinqüente de marca maior conhecido como “O infernal Maa-kun”, isso nos é revelado através do divertido e pervertido Ryu, melhor amigo de Maa-kun(apelido oficial de Ojiro) e professor de Tenpei que é o único a conhecer o segredo dos dois. E assim, a vida dos quatro vai se passando perante os nossos olhos e o relacionamento de Fumino e seu professor nos parece cada vez mais interessante.
Os personagens da série são irresistíveis! Além de nos fazerem rir, eles são os protagonistas de cenas inacreditavelmente adoráveis! Tenpei-kun é muito fofo- embora pareça um pouco com uma menina-, Ryu e Kazuma são muito divertidos e nossa protagonista possui uma personalidade forte e fica embaraçada facilmente o que é uma mistura da meiguice de Tenpei com o lado divertido dos personagens masculinos. O título “Faster than a Kiss” significa “Mais rápido que um beijo” e diz respeito ao fato dos dois já terem se casado, antes mesmo de darem um beijo. O beijo, inclusive, será o grande ápice da série já que a autora faz questão de adiá-lo ao máximo para dar ênfase ao titulo. Como Fumino-san nunca beijou e seu professor parece se esforçar para respeitá-la, o beijo nunca ocorre. Pelo menos, não na boca. Maa-kun é um homem e ele obviamente sente algo por Fumino, então há vezes em que o contato físico é inevitável e já que ele não pode beijá-la na boca, vários outros tipos de carícias são feitas no decorrer do mangá que torna-se cada vez mais sedutor assim como o próprio personagem . Beijos no pescoço, no colo, nos braços, na nuca e na mão já foram dados. Tenho medo de pensar onde serão os próximos. De qualquer modo, seja protegendo-a de gangsters, forçando-a a usar cosplays de “jovem esposa”, beijando-a em todas as partes de seu corpo, exceto na boca, ficando com ciúmes de um aluno interessado nela, implicando com ela por causa do casamento, de seus peitos, de suas brigas ou de suas vãs tentativas de seduzi-lo, o protagonista definitivamente não nos parece um professor, mas um cara. E o pior, um cara atraente.